segunda-feira, 2 de abril de 2012

Andrés Torres Queiruga notificado pela Congregação para a Doutrina da Fé espanhola

O teólogo galego Andrés Torres Queiruga, com seu "cristianismo adaptado ao pensamento contemporâneo", acaba de ser definitivamente notificado pela Conferência Episcopal Espanhola. Entre outras coisas, Queiruga nega a historicidade da ressurreição, o que, por via de consequência, nega a própria substância do cristianismo. Se Cristo não ressuscitou concreta e realmente, vã é a nossa fé, já nos advertiu São Paulo ( 1Cor 15, 14). Transcrevo um trecho do texto da notificação, em tradução livre: "(...) Isto nos leva à questão central, que não é outra senão a do conteúdo da fé na ressurreição. Para Torres Queiruga o acontecimento da ressurreição é uma ação de Deus pela qual ele impede que Jesus seja anulado pela morte. A fé na ressurreição não é aceitar a verdade de um acontecimento histórico do qual existem manifestações hisóricamente comprovadas, mas apenas ter a convicção de que Jesus está vivo, em um modo de vida na qual há ausência de corporeidade. Para ele, a Ressurreição do corpo não é um elemento essencial da fé pascal. Na verdade, no pensamento de Torres Queiruga, o lógico seria que o corpo não houvesse ressuscitado. Tampouco as aparições são acontecimentos essenciais para a fé na ressurreição. Para ele, são simplesmente “algum tipo de experiência singular”. O problema, portanto, não está somente em que não aceite as aparições como «manifestações historicamente comprovadas» da Resurreição, mas que para ele tais acontecimentos não poderiam ocorrer. Seu modo de explicar a fé na Resurreição de Cristo não inclui nem a ressurreição do corpo nem as aparições. Estas afirmações do Professor Torres Queiruga modificam substancialmente a compreensão que a fé da Igreja mantém a propósito da Resurreição. O fato de que a ressurreição do Senhor não seja uma simples revivificação de um cadáver não conduz necessariamente a que seja algo alheio à história e sem possibilidade de ser verificado por testemunhos de uma maneira objetiva. O Catecismo da Igreja Católica, que deve ser considerado «como regra segura para o ensino da fé», registra de uma maneira muito precisa como se deve entender a ressurreição, as aparições e o sepulcro vazio: «Ante estes testemunhos é impossível interpretar a ressurreição de Cristo fora da ordem física, e não reconhecê-la como um evento histórico". «Acontecimento histórico demonstrável pelo sinal do sepulcro vazio e pela realidade do encontro dos apóstolos com Cristo ressuscitado, nem por isto a Resurreição pertence menos ao centro do mistério da fé naquilo que transcende e sobrepassa a História». Conceber a ressurreição de outra maneira pode conduzir a uma certa forma de gnosticismo." O texto integral da condenação, em espanhol, está no seguinte link: http://www.conferenciaepiscopal.es/index.php/actividades-noticias-doctrina/2682-notificaciones-sobre-algunas-obras-del-prof-andres-torres-queiruga.html

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