Preparei um texto para usar na catequese, sobre a parábola do semeador. São quatro jovens falando das suas próprias experiências com Jesus, para que os crismandos possam comparar com os "terrenos" de que Jesus fala em Mt 13. Vai o primeiro, que se relaciona com aquela semente que caiu à beira do caminho e foi devorada pelo maligno:
Eu levo a minha avó na missa todo domingo. Na verdade eu tô a fim é de ficar com o carro dela. Eu já fiquei com vontade de entrar, até olhei e vi umas meninas bonitinhas, mas todo mundo tava de calça dentro da Igreja e eu tava de bermuda, resolvi não entrar.
Outro dia eu cheguei e a missa não tinha acabado. Fiquei olhando e achei interessante. O padre tava falando alguma coisa sobre paz, perdão, fraternidade, aquele papo bonito. Mas isso é conversa fiada, o que vale no mundo mesmo é ser esperto e ter grana, os bobos ficam lá rezando e não resolvem nada. Além do mais eu estava com uma ressaca braba, morrendo de dor de cabeça, nem entendi direito aquela conversa. Não fiz catequese não, minha família achou que quando eu crescesse eu escolheria a religião que eu achasse melhor. Não acho nenhuma melhor, acho tudo igual. Não que eu não acredite em Deus, eu até fiz uma promessa uma vez para passar na recuperação, nem me lembro o que é que eu prometi, mas eu estudei e passei. Esse papo de Jesus, de amor, de fraternidade é muito chato. Tudo quanto é doido tá aí falando em Jesus, cheio de igreja de crente berrando por aí, querem é tirar o dinheiro da gente. E tem aquele papo de reencarnação, né? São muitos os caminhos pra Deus, eu escolhi esse barato da reencarnação porque é mais legal, na próxima encarnação eu rezo, nesta eu quero é me dar bem. Sei lá, se tudo é religião, é legal, é bom, então nada faz diferença e eu vou é viver minha vida!
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